segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Terceiro dia. Continuava viva.

Hoje foi mais um dia. Na minha contagem foi o dia 3. Mas pode ser que eu esteja fora de órbita e tenha perdido a noção de tempo. Sei que foi a terceira situação em que nada pude fazer. Ele foi direto, com ironia, mostrou que estava presente no recinto e destilou seu charme indescritível. Pouco contato visual e tom de voz tolerante. Essas foram as armas. Não as de Jorge, as dele. Sem muito pensar, consegui escapar, mas só não escapei dos efeitos das armas. A cada segundo sinto agir em minhas veias e contaminando cada metro cubico de meus vasos sanguíneos. Só os próximos dias dirão se isso é paixão.

Segundo dia. Já tinha começado.

O segundo dia é um momento de espanto e também um dia de certeza: é quando se tem a confirmação das suas dúvidas e de que seus pensamentos nao eram apenas ilusão. Foi uma conexão normal, como outra qualquer. eu com minha timidez, ele com seu ataque imperceptível, como um animal atacando sua presa e eu seria a presa da vez. Foram apenas alguns segundos de tentativa. Eu me rendi da forma como tinha de ser, como a presa que eu devia ser. O ataque foi penetrante e o veneno logo me imobilizou. Mas mesmo assim o selvagem não se deu por vencido e quando percebeu que eu ainda esboçava reação, quis mostrar outra vez o ataque do macho alfa. Deu certo. Logo percebeu que quebrou minhas pernas e eu estava mais debilitada que nunca. Ele havia me dominado. Foi a primeira vez.

Primeiro dia.

A realidade está só na ficção. Não me é certo o que se passa comigo. Ainda não tinha notado a presença, eu tinha consumido todo o ar dos meus pulmões, mas evitado inspirar outra quantidade que me fizesse respirar. Não podia permitir que eu tivesse esse prazer. Foi nesse momento que dei o prazer a meus olhos quando captaram a presença sufocante deste ser. Esse foi o primeiro dia, o primeiro contato. Não sabia que esse seria (talvez) meu último prazer.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dias como esses.


Por duas vezes, durante os últimos dias, eu agi contra minha vontade. Não contribui para o assunto e não mostrei, que mesmo estando contra todos no local, minha opinião era diferente. Até ai tudo bem. O problema é que agora parei para pensar e vi que essa não sou eu. Não sou alguém que tem o hábito de sempre discutir ou de arrumar encrenca por qualquer coisa, mas não sou também essa pessoa que simplesmente não expõe a opinião por CANSAÇO. Sim, descobri que estou cansada e que o cansaço está me fazendo mudar. Mudar NÃO, está fazendo com que eu aja de forma diferente da que eu quero, mas não porque eu sou outra pessoa, e sim porque eu estou deixando com que essa sociedade de cabeças pequenas (e estou inclusa nesse grupo) exerçam influência sobre minhas atitudes. Um bom exemplo é esse desabafo. Talvez em outros momentos eu tivesse estruturado melhor essa descarga de palavras que estou apertando, mas agi contra e estou aqui publicando esse bloco de confusão sem saber se isso realmente terá o efeito que quero.

crédito imagem: justinaerni

sábado, 5 de setembro de 2009

Dúvida curta...


Até que ponto a arte consegue imitar a vida?

Há realmente alguma semelhança em tudo que representa a vida na arte?

Por meio da arte conseguimos representar pequenos detalhes da vida?

*imagem por shyald