terça-feira, 30 de outubro de 2007


Ao som de Frejat, "Amor pra recomeçar", ela se desespera. A escuridão apenas esconde o que qualquer um pode ver. As lágrimas escorrem do seu rosto. Se pudesse abrir a porta do túnel escuro onde se encontrava e toda a angústia e arrependimento que lhe apertavam o peito sumisse como um pedaço de algodão doce na boca. A cada gota sua respiração abafada e soluçante se tornava mais úmida. Nada era suficiente para que tirasse o ódio imergido na secura de seus anos mal vividos. O fim foi inevitável.

Afinal, precisava de alguém que a tratasse bem, que estivesse lá por ela; que ela ligasse e ele atendesse; que ela chamasse para sair e não a deixasse esperando; que fizesse surpresas em dias normais e que em dias fora do comum também soubesse como agradá-la, que quisesse viver ao seu lado, inteiramente ao seu lado. Agora o arrependimento também crescia, acompanhado pela dúvida de que talvez não vá encontrar outro amigo, namorado, companheiro, amante, de uma única vez. Assim, como ele foi e podia ainda ser. Não, não. Não podia voltar atrás, tudo foi com um big shoot certeiro no âmago de sua existência. O rádio tocava: "acabou, boa sorte!"

Caminhando por entre os postes, que agora tentavam iluminar a sua alma há muito tempo mal iluminada e completamente sem vida, avistou um pequeno senhor sentado e dormindo nas frias pedras daquele local. Lembrou: "Eu dormi na praça, pensando nela...".

Não sabia onde estava, nem importava, apenas caminhava, caminhava no mesmo ritmo que havia começado, mas a dor que agora lhe martelava a mente se tornara muito maior. Resolveu que continuaria a caminhar até que alguma coisa interceptasse seu caminho, ou que decidisse acabar de vez com a sua insignificante presença nesse mundo. Ao fundo: "É o amor! Que mexe com a minha cabeça...”.

Num momento sem qualquer significado, aquela mulher-menina (quando falamos de amor, toda mulher se torna menina) se deu conta que estava fugindo de tudo aquilo que jurou por toda vida não fazer. Fugindo do que sua mãe havia deixado de mais puro em seu coração: o amor. Lembrou que a felicidade muitas vezes (acho que muitos concordam que sempre) prefere não ir pelo atalho, prefere seguir a trilha com obstáculos, e quando alcançada atinja seu ápice, e que simplesmente ninguém consiga controlá-la. Que o domínio seja completo e que nesse período você seja o ser em posição mais elevada, não nas nuvens, apenas acima da Terra. Cantarolou: "Você bem que podia perdoar! E só mais uma vez me aceitar...”.

Muitas vezes (e quem me conhece sabe que é verdade) fico com uma bendita música na cabeça o dia t.o.d.o. Me lembro do "Show de Truman". Ainda tenho dúvidas se nossa vida num é um filme diário. São situações tristes, alegres, cômicas, sérias, descontraídas, constrangedoras. Quantas vezes já imaginou que no pior momento virá um cara e dirá: Corta! E melhor ainda: na hora do término do namoro, na hora que reencontramos velhos amigos, na hora que acordamos... ao fundo aquela canção que te faz sorrir ou te ajuda a chorar!

Quando vamos parar e escolher a trilha sonora das nossas vidas, das ocasiões simples e marcantes!??!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Entrelinhas...

CASA: 09:35. Abro o armário. Com esse dia chuvoso o melhor é o conjunto preto, assim não me preocupo com nada. 09:39. Exceto: reunião às 10h, tele presença às 11h30, confcall às 12h15, visita do cliente Bugs às 13h00. Vejo depois o que farei no que me sobrar de tempo. 09:42. Para variar o café não está pronto. Paulo? Paulo! Porque os homens não acordam? Tenho que chegar às 10h, não vou prolongar a noite. Tô saindo com meu carro. 09:49. É, começo a acreditar que papai está certo, porque enquanto ralo o dia todo o gordinho fica passeando por ai com a Ferrari e "dá uma passadinha no escritório" quando decide. Amanhã bato um papo com ele.

RUA: 09:53. Sai da minha frente sua mula. Fecha a sua mãe, babaca. É... de repente ele ficar em casa dormindo evita que seja mais um ouvindo dez gritarem atrás.

OFFICE: 10:02. Entrei no escritório e já vi que o dia será daqueles, reunião desmarcada. Saco que precisei atender um cliente que "passava por ali". 11h24. Não se preocupe eu incluo seus apontamentos e encaminho para sua aprovação. 11:32. Mas que gatinho esse CFO da Jamaica. Volta pra Terra, volta. 11:57. Acho que concordei com o que normalmente eu discordo. Deixa pra lá. 12:05. Será que podemos perguntar para o chefe "prefere que eu desenhe?". 13:00 Burro! Quer saber? Não quero mais. Chega!

FARMÁCIA 13:15. O caminho é longo, ainda mais errando o caminho três vezes. 13:33. Tanto faz a cor meu amigo. Qualquer uma que corte. O-b-r-i-g-a-d-a.

CASA: 14h03. Ainda bem que Clarinha foi embora. Paulo? Gordinho? Também não está. Primeiro escrevo. 14:25. É melhor escrever ou é capaz de acharem que fizeram isso por mim. 14:59. (Ø)...

Carta:

Paulo,

Amo e não pude aguentar.
Espero que não traia a sua amante, como me traiu. Não era eu quem estava com você a noite passada.

Att, (att?? devo ter problema)

Foda-se!!!

Eu.


(*Eu aposto que ela estava no inferno astral, ou de repente TPM, ou uma indisposição...vai saber, ninguém entende mulher...)

sábado, 13 de outubro de 2007

Vépera de feliado



Véspera de feriado. Ela sabia que o sono era inevitável. Pensou em falar com as amigas que não estava no ritmo "de festa". Cansada. Também, com essa vida de louco, não é preciso explicação. Já tá explicado. Bom, resolveu sair. "Alô. Oi. Sim, sim. Em meia hora saio de casa. Outro!". É, resolveu ver como está a noite paulistana. Noite que qualquer ser humano e ativo, que por qualquer motivo, seja ele bom o suficiente para terem dó (ou não), irá mexer o esqueleto. Ou se atracar em alguém a noite toda, ou chegar num ponto em que não terá dono, ou simplesmente ficar junto com as amigas pulando e observando a vibe do local. Adotou a postura de observar, sim, achou que a noite não estava sorrindo para ela. Não seria aquele dia em que ficaria escolhendo com qual dançar, e que quando estivesse no banheiro seria para fazer realmente o inconveniente xixi, aquele que não dá mais para segurar, mesmo na hora da melhor música. Podia ficar tranqüila: isso não aconteceria. Não aconteceu. E ela ficou a observar. Realmente o salto estava doendo e acabando com seus dedos. Que puta sacrifício para observar. Tudo bem que não pagou nada, foi V.I.P. - mas ela não se sente uma pessoa muito importante -, mas ainda há alguns limites para ela. As amigas? Ah, pulantes e saltitantes. Arrastando asas para todo lado. Interessante ver como a mulher quando quer atrair, chamar a atenção, utiliza de todos os artifícios para conquistar o sexo oposto - ou não. Nossa, lembrou daquilo que deixou de entregar para a chefe e ao mesmo tempo quis se matar por ter lembrado daquilo que deixou de ntregar. Nessa instigante discussão percebeu que as horas passam sem lhe perguntar se ela deseja que passem. "Ah! Vocês querem ir embora? O que decidirem está ótimo! rs Grrrr!)" Por dentro só podia ser chamada de viva pelo coração que batia, por fora o sorriso estampado não deixa sinais de que o cansaço era maior que ela poderia ter imaginado. "Ainda bem que amanhã ainda é sexta DE FERIADO - pensou".

Impressionante o pensamento de que no feriado todos devemos viajar. Ou caso contrário temos que sair pra noite, curtir. Pensei em criar a campanha: "Contra viagens de feriado". Feriado? Ah, dorme que faz bem! Acho que diminuiria o número de olheiras pelo mundo. Sei lá, pra alguma coisa ia servir.

*Foto homenagem ao dia das crianças. :)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

mentes mais que inquietas...

Resolvi ajudar algumas pessoas a descobrirem como uma mente pode se tornar inquieta...mas também não só inquieta, ir além disso... perigosa talvez...





CAPÍTULO 1

De manhã:

"... não melhor não, não tenho certeza do que possa acontecer então é melhor não!

mas... e se for possível, e se de repente dá certo, porque não tentar?

mas peraí a pessoa às vezes pode achar invasão, se sentir mal e ai vou acabar com tudo...

putz grila viu! que dúvida cruel... ah quer saber vou atrás, é vou lá encontrar com ele, dizer o que rola e ai se for foi, se não for ficarei na mesma!"

Fim do dia:

"...bom, é, como posso dizer meu diário... poderia ter sido pior?... não isso dá na cara que não deu nada certo...

ah mas não foi de tudo ruim... eu até recebi um até logo... quer dizer... num consegui ouvir direito mas ele pelo menos deve ter dito isso...

ah que saco viu!! se arrependimento matasse*!!!

é melhor não pensar assim, senão não estaria aqui, na minha cama chorando por causa daquele babaca que nem ao menos soube sorrir quando entreguei a melhor carta que poderiam ter escrito para ele... e isso até é bom... me deixa mais forte... ah é mesmo... porque ele num é lá essas coisas... mas depois do vexame que passei de sair gritando pelo shopping "você é o homem da minha vida, não diga até logo!" acho que deve estar se sentindo uma espécie de brad pitt... claaaro que sem nem um fio de cabelo parecido... só por causa do meu escândalo...

é mas agora já foi... só preciso achar uma maneira de descobrir onde ele mora...

é porque só se eu for besta para deixar um cara como ele vivo por aí...!!!

vou dormir... beijos!"

Se arrependimento matasse: entendi que o que será morto é quem permite que você se arrependa... o ódio é maior do que o de briga de namorado...!!

ah, não prometo periodicidade... hehehe vida dura!! rs